No primário as professoras ensinavam que as letrinhas davam as “mãos” formando palavras e sem entender direito, aprendi a unir as tais letrinhas e formar frases, textos e até mesmo historinhas daquelas “eu, papai e mamãe felizes para sempre” e vale lembrar que os desenhos dos personagens estavam limitados as formas geométricas mais simples que possa imaginar, então era freqüente papai com o tronco quadrado e os braços resumidos a um traço. Mas quando o meu papelzinho ficava grudado na porta da geladeira ou guardado na carteira do papai, me sentia como Shakespeare. Sim, eu me orgulhava de todos aqueles rabiscos.
Os livros de histórias que ganhava, aqueles que contava uma vida em apenas 15 páginas e ainda sim conseguiam fazer um final feliz para todos que ali participavam, me fascinavam cada vez mais. As horas criavam asas e eu as perdiam em meio a tantas palavras, que juntas criavam um mundo em minha imaginação. O poder de todas aquelas letrinhas era tamanho que podiam me fazer sonhar uma vida tal qual conheci por meio delas.
Uma paixão surgia, mas ainda desconhecida por mim. A força do tempo e o passar das primaveras me explicam o prazer por escrever as tais historinhas e o orgulho por todas elas. Hoje, aos 19 anos e cursando o 3º semestre de Jornalismo, encontro nas palavras o meu maior dom e confio nelas meu maior sonho.
Aquelas que antes eram apenas lazer, hoje se tornam o meu dia a dia, a minha ferramenta, o meu trabalho e o meu orgulho.
O frio na barriga ao iniciar um texto e as expectativas que coloco a cada vírgula é o mesmo da infância, agora não mais esperando apenas o sorriso e o orgulho da mamãe e do papai, mas o reconhecimento de um trabalho que dedico dia após dia a dar o melhor de mim.
As palavras que antes davam as mãos entre si, hoje dão as mãos a mim e caminhamos para formar um futuro promissor juntas.
Esse espaço é uma forma que encontrei para fazer aquilo que mais gosto de fazer: escrever. Além de compartilhar conhecimentos, pensamentos e praticar.
Obrigada a todos aqueles que aqui passarem :)